sábado, 11 de março de 2017

Dilma: Temer, o ilegítimo, não pode querer ser popular com obra alheia

A presidenta eleita Dilma Rousseff enquadrou neste sábado Michel Temer, que, ontem, inaugurou um trecho da transposição do São Francisco e tratou a obra como filha de mãe solteira; "Quem primeiro pensou nessa obra foi o imperador Pedro 2º. Mas quem implementou isso foi o Lula", afirmou; Dilma também tratou Temer como "ilegítimo" e disse que ele "não pode tentar melhorar sua popularidade em cima da obra alheia"; sobre as delações da Odebrecht, ela aproveitou para alfinetar os políticos que promoveram o golpe e que estão todos enrolados até o pescoço por terem pedido doações milionárias e clandestinas; "Jamais pedi propina nem recebi propina", afirmou; enquanto Aécio Neves foi delatado por ter recebido R$ 9 milhões do caixa dois da Odebrecht, Temer tratou de uma doação de R$ 10 milhões, no Palácio do Jaburu, que também saiu do departamento de propinas da empreiteira 




A presidenta eleita Dilma Rousseff cumpriu agendas públicas neste sábado em Genebra, na Suíça, e bateu duro em Michel Temer, que chegou ao poder graças a um golpe parlamentar liderado por políticos corruptos que pretendiam se salvar da Lava Jato, como Eduardo Cunha e seus aliados.
 
No discurso, Dilma criticou Temer por ter inaugurado um trecho da transposição do São Francisco e tratado a obra como filha de mãe solteira. "Quem primeiro pensou nessa obra foi o imperador Pedro 2º. Mas quem implementou isso foi o Lula", afirmou.
 
Ela também chamou Temer de "ilegítimo" e disse que ele "não pode tentar melhorar sua popularidade em cima da obra alheia."
 
Dilma também criticou a imprensa brasileira, por tentar acobertar a tragédia econômica produzida pelo golpe. "Embora a imprensa diga que a situação econômica esteja melhorando, tanto a crise econômica quanto a crise política se aprofundaram", afirmou. "Havia uma versão pré-processo de impeachment que bastaria a minha saída para um processo de melhora da economia. Mas as razões profundas da crise econômica foram subestimadas."

Dilma, no entanto, fez uma autocrítica. "Achei que, diminuindo impostos do setor privado, teria um aumento dos investimentos. Me arrependo disso. Fragilizei o lado fiscal e, ao em vez de investirem, eles aumentaram a margem de lucros", ponderou.
 
Sobre as delações da Odebrecht, ela aproveitou para alfinetar os políticos que promoveram o golpe e que estão todos enrolados até o pescoço por terem pedido doações milionárias e clandestinas.
 
"Jamais pedi propina nem recebi propina", afirmou. Enquanto Aécio Neves foi delatado por ter recebido R$ 9 milhões do caixa dois da Odebrecht, Temer tratou de uma doação de R$ 10 milhões, no Palácio do Jaburu, que também saiu do departamento de propinas da empreiteira.

"O sistema político brasileiro vai ser investigado, mas nenhum partido apenas pode ser chamado de corrupto. Duvido que vão continuar dizendo que o PT é corrupto. Porque não sobra ninguém nos outros", disse ainda Dilma.