A presidenta eleita Dilma Rousseff enquadrou neste sábado Michel Temer, que, ontem, inaugurou um trecho da transposição do São Francisco e tratou a obra como filha de mãe solteira; "Quem primeiro pensou nessa obra foi o imperador Pedro 2º. Mas quem implementou isso foi o Lula", afirmou; Dilma também tratou Temer como "ilegítimo" e disse que ele "não pode tentar melhorar sua popularidade em cima da obra alheia"; sobre as delações da Odebrecht, ela aproveitou para alfinetar os políticos que promoveram o golpe e que estão todos enrolados até o pescoço por terem pedido doações milionárias e clandestinas; "Jamais pedi propina nem recebi propina", afirmou; enquanto Aécio Neves foi delatado por ter recebido R$ 9 milhões do caixa dois da Odebrecht, Temer tratou de uma doação de R$ 10 milhões, no Palácio do Jaburu, que também saiu do departamento de propinas da empreiteira
A
presidenta eleita Dilma Rousseff cumpriu agendas públicas neste sábado
em Genebra, na Suíça, e bateu duro em Michel Temer, que chegou ao poder
graças a um golpe parlamentar liderado por políticos corruptos que
pretendiam se salvar da Lava Jato, como Eduardo Cunha e seus aliados.
No
discurso, Dilma criticou Temer por ter inaugurado um trecho da
transposição do São Francisco e tratado a obra como filha de mãe
solteira. "Quem primeiro pensou nessa obra foi o imperador Pedro 2º. Mas
quem implementou isso foi o Lula", afirmou.
Ela também chamou Temer de "ilegítimo" e disse que ele "não pode tentar melhorar sua popularidade em cima da obra alheia."
Dilma
também criticou a imprensa brasileira, por tentar acobertar a tragédia
econômica produzida pelo golpe. "Embora a imprensa diga que a situação
econômica esteja melhorando, tanto a crise econômica quanto a crise
política se aprofundaram", afirmou. "Havia uma versão pré-processo de
impeachment que bastaria a minha saída para um processo de melhora da
economia. Mas as razões profundas da crise econômica foram
subestimadas."
Dilma,
no entanto, fez uma autocrítica. "Achei que, diminuindo impostos do
setor privado, teria um aumento dos investimentos. Me arrependo disso.
Fragilizei o lado fiscal e, ao em vez de investirem, eles aumentaram a
margem de lucros", ponderou.
Sobre
as delações da Odebrecht, ela aproveitou para alfinetar os políticos
que promoveram o golpe e que estão todos enrolados até o pescoço por
terem pedido doações milionárias e clandestinas.
"Jamais
pedi propina nem recebi propina", afirmou. Enquanto Aécio Neves foi
delatado por ter recebido R$ 9 milhões do caixa dois da Odebrecht, Temer
tratou de uma doação de R$ 10 milhões, no Palácio do Jaburu, que também
saiu do departamento de propinas da empreiteira.
"O
sistema político brasileiro vai ser investigado, mas nenhum partido
apenas pode ser chamado de corrupto. Duvido que vão continuar dizendo
que o PT é corrupto. Porque não sobra ninguém nos outros", disse ainda
Dilma.