quinta-feira, 13 de abril de 2017

Dilma ao NYT: fui chamada de vaca 600 mil vezes

Em entrevista ao New York Times, a presidenta deposta Dilma Rousseff, uma das poucas pessoas que saem de pé das delações da Odebrecht, aponta o caráter misógino do golpe de 2016 e lembra ter sido chamada de vaca mais de 600 mil vezes; ela também disse que as eleições de 2018 serão "um encontro com a democracia" e destacou que ao longo de sua vida enfrentou dois golpes: "um pelos militares e o outro pelo Congresso"; enquanto Dilma faz palestras pelo mundo, o vice que a traiu, Michel Temer, afunda na lama da corrupção; nas delações da Odebrecht, ele foi apontado como o personagem que presidiu uma reunião em que a empreiteira acertou uma propina de US$ 40 milhões, equivalente a 5% de um contrato da Petrobras


Dilma, que foi deposta por um golpe parlamentar no ano passado, destacou que ao longo de sua vida enfrentou dois golpes: "um pelos militares e o outro pelo congresso. Ambos eram extremamente difíceis. Em um houve a ameaça física de ser preso e torturado, no outro uma ameaça ainda maior para toda a população brasileira, os direitos de seus cidadãos e a democracia", afirmou.

Na entrevista, ela voltou a dizer que se pudesse rever alguma das medidas tomadas ao longo do seu governo, seria a desoneração tributária que concedeu às empresas. "Eu fiz isso com base na crença de que as empresas iriam investir mais e gerar mais empregos. Mas não foi isso o que aconteceu: as empresas aumentaram seus lucros sem investir mais. Além disso, eu não percebi claramente que o "centro", uma parte crucial do corpo democrático que era essencial na luta contra a ditadura militar, estava mudando para a direita. Tornou-se uma oposição ao meu governo. É como a história do cavalo de Tróia, que traz o inimigo dentro da cidade. Não perceber que foi realmente um erro", comentou.

Dilma também ressaltou que o governo Michel Temer é" um governo eminentemente anti-mulheres. Estou triste por isso, muito desanimada. Em primeiro lugar, havia um elemento muito misógino no golpe contra mim. Eles tinham padrões duplos para homens e mulheres. Eles me acusaram de ser excessivamente duro e áspero, enquanto um homem teria sido considerado firme, forte. Ou eles diriam que eu era muito emocional e frágil, quando um homem teria sido considerado sensível. Eu era vista como alguém demasiadamente obcecada com o trabalho, enquanto um homem teria sido considerado trabalhador. Houve também outras palavras muito rude utilizado. Eu fui chamada de vaca cerca de 600.000 vezes", comentou.

Dilma disse, ainda, que espera ser lembrada pelas políticas sociais que implantou ao longo do seu governo. "Seremos lembrados pelas políticas sociais que criamos. Foi durante o meu governo que superamos a pobreza. Foi durante o meu mandato que consolidamos a rede de proteção social. Todas essas políticas sociais foram feitas para reduzir a desigualdade. Agora, a população sabe que "eles podem". Nós provamos que uma das principais fontes de riqueza brasileira é o seu próprio povo", finalizou.

Enquanto Dilma faz palestras pelo mundo, o vice que a traiu, Michel Temer, afunda na lama da corrupção. Nas delações da Odebrecht, ele foi apontado como o personagem que presidiu uma reunião em que a empreiteira acertou uma propina de R$ 126 milhões, equivalente a 5% de um contrato da Petrobras.

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/290309/Dilma-ao-NYT-fui-chamada-de-vaca-600-mil-vezes.htm

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A desmoralização dos pitbulls da grande mídia

Alberto Cantalice 
Foto: Arquivo PT

Três vezes derrotados nos pleitos presidenciais, por Lula e Dilma e o PT, os setores elitistas albergados na grande mídia, ao se verem na iminência do quarto revés eleitoral, foram ao desespero.
Diuturnamente lançam vitupérios, achincalhes e deboches contra os avanços do país visando desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior. Inimigos que são das políticas sociais, políticas essas que visam efetivamente uma maior integração entre todos os brasileiros, pregam seu fim.
“A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil”.
Profetas do apocalipse político, eles são contra as cotas sociais e raciais; as reservas de vagas para negros nos serviços públicos; as demarcações de terras indígenas; o Bolsa Família, o Prouni e tudo o mais.
Divulgadores de uma democracia sem povo apontaram suas armas, agora, contra o decreto da Presidência da República que amplia a interlocução e a participação da população nos conselhos, para melhor direcionamento das políticas públicas.
Personificados em Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Gentili, Marcelo Madureira entre outros menos votados, suas pregações nas páginas dos veículos conservadores estimulam setores reacionários e exclusivistas da sociedade brasileira a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes. Seus paroxismos odientos revelaram-se com maior clarividência na Copa do Mundo.
Os arautos do caos, prevendo e militando insistentemente pelo fracasso do mundial – tendo, inclusive, como ponta de lança a revista Veja previsto que os estádios só ficariam prontos depois de 2022, assistem hoje desolados e bufando à extraordinária mobilização popular e ao entusiasmo do povo brasileiro pela realização da denominada, acertadamente, de a Copa das Copas.
O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da Copa, na Arena Corinthians. Verdadeiro gol contra, o repúdio imediato de amplas parcelas dos brasileiros e brasileiras ao deprimente espetáculo dos vips demonstra que a imensa maioria da população abomina essa prática.
Desnudam-se os propagadores do ódio. A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil!


Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador das Redes Sociais do partido

segunda-feira, 10 de abril de 2017

CUT chama novos protestos em 18/4 contra Reforma Trabalhista


Em manobra golpista, Câmara acelera votação e Central responde com mais protestos e reforço à Greve Geral.



A Câmara dos Deputados decidiu acelerar a tramitação da Reforma Trabalhista (PL 6787/16) e quer aprová-la no dia 19 de abril. Trata-se de mais uma manobra autoritária disfarçada de processo legislativo democrático, ou seja, mais uma etapa do golpe no Brasil.

A CUT reagiu prontamente: na sexta-feira (7), em comunicado enviado aos dirigentes de suas estaduais, federações e confederações a direção da Central convocou os líderes sindicais de todo o Brasil a intensificarem o calendário de preparação da Greve Geral de 28 de abril, com a realização em 18/4 de um novo dia de protestos e mobilizações, principalmente para pressionar os deputados da Comissão Especial da Reforma Trabalhista.

Na quarta-feira (5), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou essa manobra vergonhosa de aprovar a Reforma Trabalhista em duas semanas. Rapidamente, o deputado tucano Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto, declarou que apresentará seu parecer à Comissão Especial na próxima quarta-feira (12). Quando a comissão foi instalada, a previsão para entrega do relatório era 4 de maio.

Um dos absurdos da Reforma Trabalhista é que esse projeto, com tamanho impacto de destruição de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, está tramitando em caráter conclusivo e se for aprovado na Comissão Especial, pode seguir diretamente para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara.

Vagner Freitas, presidente da CUT, tem denunciado esse ataque contra a classe trabalhadora. “A Reforma Trabalhista de Temer oficializa o bico. O que significa que você só trabalha quando o patrão chama, só ganha pelo que produz, pode ser temporário por 120 dias ou mais, tem de negociar férias, 13º salário”, alertou em recente entrevista.
Veja a seguir o calendário de construção da Greve Geral, conforme o comunicado da CUT Nacional, assinado pelo secretário-geral, Sergio Nobre, e pela secretária-geral adjunta, Maria Aparecida Faria:

Dia 18 de abril – Realizar atos e ações em seus estados contra a votação da Reforma Trabalhista na Câmara (que depois ainda terá que passar pelo Senado), prevista para o dia 19 de abril;

Até o dia 19 de abril – Continuar a busca aos deputados em suas bases eleitorais, nos aeroportos, em suas cidades e aonde quer que eles possam ser encontrados. A pressão deve ser total para que votem contra a Reforma Trabalhista.

Dia 19 de Abril – Votação da Reforma Trabalhista em Brasília. É importante que Estados e Ramos possam enviar apoiadores para se juntar às mobilizações que a CUT-DF fará no entorno da Capital Federal.

 Dia 28 de abril – VAMOS PARAR O BRASIL – Greve Geral – Estados e Ramos deverão organizar suas bases para a Greve Geral. As cidades paradas e vazias denunciarão, repudiarão e condenarão o desmonte da Previdência e da legislação trabalhista.
O Brasil e seus trabalhadores e trabalhadoras de braços cruzados será nosso melhor recado para a quadrilha golpista que tomou o poder no país. A luta continua, sem tréguas!

NÃO À REFORMA TRABALHISTA

NÃO À REFORMA DA PREVIDÊNCIA

NENHUM DIREITO A MENOS!

FORA TEMER!

#18A #28A

Fonte: http://cut.org.br/noticias/cut-chama-novos-protestos-em-18-4-contra-reforma-trabalhista-d29d/

O que Bolsonaro está fazendo na Lista de Furnas


Ancelmo Gois, no Globo, lembrou que o processo da Lista de Furnas, dinheiro de caixa 2 que abasteceu 156 campanhas em 2000, foi reaberto.

Estão lá os notórios Aécio, Serra e Alckmin — mas também Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro. Os seguidores do JB estão ouriçados, alegando que se trata de mais uma calúnia contra o incorruptível mito.

Em 2015, Bolsonaro acusou na Câmara que “os canalhas ligados ao PT e PSOL” forjaram o documento. É a mesma argumentação de Aécio Neves, que apenas tira o PSOL.

Joaquim de Carvalho, autor de uma série de reportagens sobre o tema no DCM, explicou a questão:
Existe uma só Lista de Furnas, cujo original foi periciado pela Polícia Federal e serviu de base para a denúncia que a procuradora da república Andréia Bayão apresentou no Rio de Janeiro em 2012, depois de inquérito da Polícia Federal que durou seis anos.

Foram onze as pessoas denunciadas por ela, por crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, todas sem foro privilegiado, entre elas Dimas Toledo, o ex-deputado Roberto Jefferson e o próprio Nílton Monteiro.

Aécio e mais de uma centena de políticos só não entraram na denúncia porque têm foro privilegiado e a investigação contra eles estava parada na Procuradoria Geral da República, em Brasília.

Todos os políticos da lista eram da base de Fernando Henrique Cardoso, inclusive Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro. O objetivo da lista era mesmo chantagem, mas de políticos como Aécio Neves, para que negociassem com Lula a permanência de Dimas em Furnas.

Por três anos, deu certo, e há vários testemunhos, entre eles o de Roberto Jefferson e agora o de Delcídio do Amaral, de que Aécio pediu a Lula que mantivesse Dimas em Furnas.

Jair Messias Bolsonaro aparece como destinatário de 50 mil reais, como você pode ver abaixo.

Quem divulgou a versão de que é falsidade foi o PSDB de Minas Gerais, com base em pareces de peritos contratados para isso e num laudo da PF feito em cima de uma das cópias divulgadas por Nilton Monteiro, o homem que confessou atuar em Furnas como operador do caixa 2.

Quando a tese da falsidade prosperava, Monteiro entregou à Polícia Federal a lista original, que foi periciada. A conclusão foi que se tratava de um papel autêntico.
Em março, Roberto Jefferson e mais seis viraram réus no caso.
Bolsonaro age como se fosse uma virgem no bordel.

Ele era do Partido Progressista, o que mais aparecia, proporcionalmente, nas investigações da Lava Jato — mas sua campanha era irrigada com boas vibrações do espírito santo. Na semana passada, a Justiça declarou o bloqueio de meio bilhão de reais do PP.

Acabou migrando para o PSC, ninho de pastores evangélicos. Um deles, Everaldo, o presidente, pediu dinheiro a Cunha, segundo a PF.

Depois de se desentender com a liderança do PSC, JB já avisou que vai sair — juntamente com o amigão Marco Feliciano, que pretende ser vice na chapa para a presidência em 2018.

Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-bolsonaro-esta-fazendo-na-lista-de-furnas-por-kiko-nogueira/

sábado, 1 de abril de 2017

Aécio chama Veja de "covarde" e diz ter "indignação dos honestos"

Bola da vez na fogueira que consome a classe política brasileira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou um vídeo, neste sábado, em que tentou rebater a capa de Veja deste fim de semana, que o acusa de receber propinas da Odebrecht numa conta no exterior; Aécio, que articulou o golpe de 2016 valendo-se de acusações muitas vezes não comprovadas contra seus adversários políticos, chamou a revista de covarde e disse ter a "indignação dos homens de bem"; no entanto, dos 83 pedidos de inquéritos da "lista de Janot", nada menos que seis referem-se a ele; Aécio é acusado pela Odebrecht de receber propinas na Cidade Administrativa de Minas Gerais e em obras de usinas hidrelétricas; outros delatores também o acusam de esquemas em Furnas




Apontado pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, como aquele que seria "o primeiro a ser comido", o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se deu conta, neste fim de semana, de que é a bola da vez.

O presidente nacional do PSDB foi capa da revista Veja, acusado receber propinas da Odebrecht numa conta no exterior (leia mais aqui).

Para tentar rebater as acusações, Aécio chamou a revista de covarde e disse ter a "indignação dos homens de bem".

No entanto, dos 83 pedidos de inquéritos da "lista de Janot", nada menos que seis referem-se a ele.
Aécio é acusado pela Odebrecht de receber propinas na Cidade Administrativa de Minas Gerais e em obras de usinas hidrelétricas. Outros delatores também o acusam de esquemas em Furnas.

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/288138/A%C3%A9cio-chama-Veja-de-covarde-e-diz-ter-indigna%C3%A7%C3%A3o-dos-honestos.htm

Agora delações são mentirosas e vazamentos são seletivos, Aécio?


Aécio Neves está divulgando nas redes sociais um vídeo contra a capa da Veja, a qual chama de “falsa e mentirosa”.

Figura estar indignado.

Perfeitamente, conceda-se ao senador mineiro o benefício da dúvida, embora nas gravações clandestinas de Sérgio Machado ele seja apontado como “o primeiro a ser comido”.

Mas a credibilidade que ele porventura pudesse ter, até mesmo de quem tem o espírito da “velhinha de Taubaté” esbarra num sério problema.

O de que Aécio nunca fez este discurso quando os denunciados eram outros.

Princípios não são mercadoria de ocasião, que se tem às vezes  e outras não se tem.

O fato político mais significativo , porém, é que a matéria revela, seja verdadeira ou falsa, a guerra de foice que ocorre dentro da direita.

Aécio não tem mais serventia eleitoral, mas tem boa parte da máquina eleitoral tucana a nível nacional.

Geraldo Alckmin tem grande parte da máquina tucana em São Paulo, mas não tem a nacional.

Dória – que suou o dia da mentira para  proclamar que não é candidato a coisa alguma, além de governar a cidade de São Paulo, só pode desbancar seu padrinho se tiver aliados fora do Estado, dos quais Aécio parecia o mais promissor.

Há outro pólo nesta disputa: Michel Temer, hoje mais influente entre o tucanato  porque é o fiador da imensa presença do PSDB no Governo.

O imenso jogo de hipocrisia que se tornou a política brasileira tem tanta capacidade de convencer quanto a Veja ou os desmentidos de Aécio.

Não há ideias ou propostas porque não podem defender abertamente a ideia de que estão engajados- da Polícia Federal ao Judiciário, de Temer aos tucanos: a da destruição deste país, de sua submissão incondicional aos donos do dinheiro, a da regressão dos direitos do povo brasileiro aos patamares de há um século atrás.

As estruturas podres que eles montaram na vida política ruem sobre eles próprios e disso tentam se safar num teatro de denuncismo que os está sorvendo também.

Fonte: 
http://www.tijolaco.com.br/blog/agora-delacoes-sao-mentirosas-e-vazamentos-sao-seletivos-aecio/

Professor detalha ‘a dimensão do desastre do golpe’

"FHC pegou o Brasil com uma dívida pública de 34% do PIB. Doou metade do patrimônio público sob a alcunha de "privatização". Duplicou a dívida externa. Quebrou o país três vezes, precisando recorrer ao FMI. Entregou o país a Lula sem reservas e devendo 76% do PIB. O PT pegou o Brasil com a dívida pública em 76% do PIB, recapitalizou a Petrobrás a transformando na segunda maior petrolífera do mundo, não privatizou nada, "pagou" a dívida externa, e entregou, no último ano do primeiro mandato de Dilma, a dívida pública em 63% do PIB", compara Gustavo Castañon, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora



"FHC pegou o Brasil com uma dívida pública de 34% do PIB. Doou metade do patrimônio público sob a alcunha de "privatização". Duplicou a dívida externa. Quebrou o país três vezes, precisando recorrer ao FMI. Entregou o país a Lula sem reservas e devendo 76% do PIB. Já a dívida líquida, que leva em conta os créditos (e não só os débitos) do governo e ele recebeu em 29,5%, deixou em 60,4% do PIB. A imprensa diz que ele modernizou a economia", afirma Gustavo Castañon, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, em publicação no Tijolaço.

Ele compara os números do governo de FHC com os de Lula e Dilma Rousseff. "O PT pegou o Brasil com a dívida pública em 76% do PIB, recapitalizou a Petrobrás a transformando na segunda maior petrolífera do mundo, não privatizou nada, "pagou" a dívida externa (sim, transformando-a em interna), e entregou, no último ano do primeiro mandato de Dilma, a dívida pública em 63% do PIB. Já o resultado mais importante sobre o endividamento do país, a dívida líquida, diminuiu a 34,9% do PIB. A imprensa diz que a gastança do PT quebrou o país."

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/288226/Professor-detalha-%E2%80%98a-dimens%C3%A3o-do-desastre-do-golpe%E2%80%99.htm

Verdade exumada

Pesquisas captaram um amplo apoio popular a Jango às vésperas do golpe, revela o historiador Luiz Antonio Dias 




Em 12 de março de 1964, o jornal O Estado de S. Paulo anunciava em seu editorial o “aprofundamento do divórcio entre o governo da República e a opinião pública nacional”. A exemplo dos seus pares, o diário da família Mesquita conclamava para uma intervenção militar, capaz de pôr fim à ameaça comunista representada pelo governo de João Goulart. A voz do povo precisava ser ouvida, bradava a mídia. Um estudo conduzido por Luiz Antonio Dias, chefe do Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, demole essa visão consagrada pelos meios de comunicação. Com base em pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do golpe, mas não divulgadas à época, Dias demonstra que não apenas Jango tinha amplo apoio popular, como também grandes chances de vitória caso disputasse as eleições presidenciais previstas para 1965.

As pesquisas foram doadas pelo Ibope, em 2003, para o Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp, mas até hoje a maior parte dos dados permanece desconhecida. Dias pretende destrinchá-los em um capítulo do livro O Jornalismo e o Golpe de 1964: 50 anos depois, obra coordenada por um núcleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e com lançamento previsto para abril de 2014. “Todos os jornais de expressão nacional clamavam pela intervenção das Forças Armadas, sempre em nome da opinião pública. E os militares, em seus livros de memória, usam esse apoio como justificativa: eles só agiram porque a população pediu. As pesquisas do Ibope provam o contrário.

CartaCapital: Como a historiografia brasileira retrata Jango?


Luiz Antonio Dias: Até uns 10, 15 anos atrás, havia um consenso de que João Goulart foi deposto por não ter apoio popular e ser um líder fraco. Segundo essa interpretação, ele não teria a mesma habilidade de Getúlio Vargas, seu padrinho político, e chegou ao poder por conta das circunstâncias do período. De fato, havia uma situação incomum. Jânio Quadros elegeu-se presidente em uma coligação liderada pela UDN, ao passo que Goulart venceu a disputa para vice pelo PTB. Eram partidos rivais. Para assumir a Presidência após a renúncia de Quadros, tornou-se refém daqueles que conseguiram impor o regime parlamentarista e também da esquerda, que se mobilizou para garantir a sua posse.

CC: A visão mudou?

LAD: Nos últimos anos, documentos e depoimentos apontam para um caminho diferente. De acordo com o historiador Jorge Ferreira, o presidente sabia de toda a articulação norte-americana pelo golpe, e esmerou-se para evitar uma guerra civil com a interferência de uma potência estrangeira. Naquela época, imaginava-se que os militares brasileiros iriam intervir, mas sairiam rapidamente, como ocorreu em episódios anteriores, a exemplo da Revolução de 1930. E pesquisas de opinião feitas pelo Ibope em março de 1964, mas não divulgadas à época, desmontam a tese de que Goulart não tinha apoio popular. Não apenas tinha altos índices de aprovação, como um grande potencial eleitoral. Este é o objeto da minha atual pesquisa.

CC: Quem construiu essa imagem de um líder fraco e sem apoio?

LAD: Por ser um homem de personalidade mais retraída, em busca do consenso, Goulart pode ter passado essa impressão de fragilidade. O jornalista Elio Gaspari, no livro A Ditadura Envergonhada, ajuda a consolidar essa imagem. O presidente é apresentado como um “pacato vacilante”, que beira à covardia. O curioso é que a mesma obra, um pouco mais adiante, diz que Goulart se articulava para sair candidato em 1965. É uma contradição lógica. Não faz sentido imaginar que alguém que não via a hora de o mandato acabar, como diz Gaspari, estivesse engajado no projeto de alterar a Constituição e disputar a reeleição. Mas, de certa forma, a mídia contribuiu muito para difundir essa tese falaciosa de que Jango não tinha apoio popular.

CC: Como o senhor avalia a participação da mídia no golpe?

LAD: Em 2010, publiquei um capítulo no livro História do Estado de São Paulo, organizado por João Ricardo de Castro Caldeira e Nilo Odalia, no qual analiso a postura da Folha e do Estado de S. Paulo no período anterior ao golpe. As reportagens e os editoriais enfatizavam o isolamento de Goulart e a oposição da população às reformas de base, consideradas demagógicas. À exceção do Última Hora de Samuel Wainer, todos os jornais de expressão nacional clamavam por uma intervenção das Forças Armadas, sempre em nome da opinião pública. É interessante, pois os militares, em seus livros de memória, usam esse apoio como justificativa: eles só agiram porque a população pediu. As pesquisas do Ibope provam o contrário.


CC: Por que elas não foram divulgadas à época?

LAD: É possível que elas não tenham sido divulgadas porque não deu tempo de tabular os resultados. O golpe ocorreu dias após o trabalho de campo. Mas sou tentado a acreditar que elas só demoraram quatro décadas para vir a público porque contrariavam o discurso da mídia e os interesses dos contratantes, a exemplo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Apenas em 2003, quando o Ibope doou seu acervo para a Unicamp, dados parciais de duas pesquisas foram divulgados pela imprensa.

CC: O que revelavam essas pesquisas?

LAD: A primeira, sem indicação de contratante, revelava amplo apoio à reforma agrária, com um índice superior a 70% em algumas capitais. A outra, realizada em São Paulo a pedido da Fecomercio na semana anterior ao golpe, apontava que 72% da população aprovava o governo Jango. Entre os mais pobres a popularidade alcançava 86%. Esse mesmo estudo revela que 55% dos paulistanos consideravam as medidas anunciadas por Goulart no Comício da Central do Brasil, em 13 de março, como de real interesse para o povo. Mas o acervo doado pelo Ibope é muito maior. Coletei mais de 500 páginas de pesquisas feitas entre 1961 e 1965 a revelar a dimensão do apoio popular a Jango e como ele tinha grandes chances de vitória caso disputasse as eleições.

CC: Esse apoio era sólido o bastante para garantir uma vitória?

LAD: Tenho elementos para acreditar que sim. Em junho de 1963, Jango era aprovado por 66% da população de São Paulo, desempenho superior ao do governador Adhemar de Barros (59%) e do prefeito Prestes Maia (38%). Além disso, uma pesquisa eleitoral realizada em março de 1964 revela que, caso fosse candidato no ano seguinte, Goulart teria mais da metade das intenções de voto na maioria das capitais pesquisadas. Apenas em Fortaleza e Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek tinha porcentuais maiores.

CC: E os 200 mil manifestantes reunidos na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo?

LAD: Entre as classes A e B, a rejeição a Goulart era um pouco maior em 1964. Ao menos 27% avaliavam o governo como ruim ou péssimo na capital paulista. Não há, porém, razões para desconfiar dos dados, até porque a direção do Ibope afirmou que as pesquisas da década de 1960 seguiam procedimentos semelhantes ao dos levantamentos atuais. E o contratante é a Fecomercio, que não tinha interesse de inflar a popularidade de Jango.

CC: O senhor acredita na tese do assassinato do presidente?

LAD: Em menos de um ano, os três principais nomes da oposição morreram em circunstâncias suspeitas. Juscelino Kubitschek faleceu em um desastre de automóvel em agosto de 1976, e o motorista do ônibus que supostamente provocou o acidente afirmou, tempos mais tarde, ter recebido dinheiro para assumir a culpa. Em dezembro, foi a vez de Goulart, vítima de ataque cardíaco, talvez provocado pela troca de seus remédios por um espião. Em maio de 1977, morre Lacerda em decorrência de um infarto, também alvo de especulações. A Comissão da Verdade vai exumar o corpo de Goulart para tentar identificar as suspeitas de envenenamento. Se ele ingeriu arsênico, traços dessa substância podem estar na ossada. Mas tenho poucas esperanças de um laudo conclusivo. Ao menos ele será sepultado novamente com honras de chefe de Estado, direito negado pela ditadura.

CC: Como o senhor avalia o trabalho da Comissão da Verdade?

LAD: Alguns historiadores criticam o fato de o grupo requentar histórias antigas. De fato, não surgiu nenhuma revelação bombástica capaz de mudar os rumos da historiografia. Mas tenho uma visão mais otimista. A mídia tem dado maior destaque às violações cometidas pela ditadura por conta desse trabalho. É a exumação da história para o grande público. Se a população passar a se interessar mais pelo que ocorreu nesse período, a Comissão da Verdade terá deixado uma grande contribuição.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/revista/773/verdade-exumada-5637.html

Propinas serviam para enriquecimento pessoal de Serra


Luis Nassif

A informação da coluna Radar (https://goo.gl/EsZI00) da Veja, de que a Odebrecht teria feito pagamentos milionários ao senador José Serra na conta de “uma parente” e através do lobista José Amaro Pinto, é a pá de cal na carreira do senador. Desvenda-se o maior segredo de Polichinelo da história da república: o processo de enriquecimento de Serra na política.

A parente de Serra obviamente é a filha Verônica. Completando a delação do executivo da Odebrecht, há a famosa tarja preta que a Polícia Federal colocou na agenda telefônica de Marcelo Odebrecht, antes de vazar a agenda para a mídia. Amadores, chamaram imediatamente a atenção de todos e não se deram conta de que um bom editor de imagens eliminaria as tarjas revelando os nomes. O compromisso tarjado era de Marcelo Odebrecht, com uma reunião com José Serra justamente no escritório de Verônica.

Com a possibilidade aberta, agora, de quebrar o sigilo das contas de Verônica Serra, especialmente dos seus fundos de investimentos, será bastante simples desvendar todo o sistema de lavagem de dinheiro de Serra, que o transformou em um dos políticos mais ricos do país.

Os dois caminhos de Serra para a lavagem de dinheiro foram o mercado de tecnologia e o de obras de arte – ambos propícios à lavagem devido às precificações bastante voláteis e subjetivas.

Pessoas que visitaram Serra em sua casa, aliás, se espantaram com a quantidade de obras de arte espalhadas pelas paredes. Na denúncia que a PGR encaminhará ao STF (Supremo Tribunal Federal), se saberá qual o estágio atual de Rodrigo Janot em relação à blindagem de Serra. Se não incluir abertura de contas de Verônica e arresto de obras de arte, não será uma investigação séria.

Aqui está um roteiro simples e algumas pistas  para destrinchar os métodos de lavagem de dinheiro de Serra:

01-)O caso Santander-Banespa

Desde os idos de 2.000, Serra já se valia das incursões de Verônica no mercado de tecnologia para lavar dinheiro. Quem a conheceu na época sabia ser uma moça limitada, sem noção clara sobre empresas startups. Mesmo assim, conseguia feitos extraordinários.
O primeiro deles foi sua aproximação com argentinos da Patagon – um sistema de banking eletrônico. Verônica conseguiu vender para o Santander por US$ 700 milhões, uma soma impossível. O próprio presidente do banco participou das negociações.
Anos depois, procurei mapear os interesses do Santander na época. O maior deles era relacionado com a compra do Banespa. Para conseguir viabilizá-lo economicamente necessitava que fossem mantidas no banco as contas dos funcionários públicos e do Estado. A lei impedia.
De alguma forma, o Santander obteve a autorização. Embora o tempo transcorrido seja grande, provavelmente o rastro do dinheiro mostraria os beneficiários desse jogo e a maneira como conseguiu atropelar as leis e preservar as contas públicas, mesmo após a privatização do banco.
Pouco tempo depois, o Santander pagou US$ 5 milhões para os argentinos receberem o software de volta. Hoje em dia, ele repousa em um computador desligado, em um banco médio paulista.

02-)O caso Experian-Virid

O grupo britânico Experian adquiriu a Serasa e avançou como um leão faminto sobre o mercado de avaliação de devedores e de bancos de dados. Nessa ocasião houve a entrega para Experian do banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral pela presidente Carmen Lùcia. A operação voltou atrás depois do protesto de Marco Aurélio de Mello. Carmen Lúcia provavelmente não sabia dos valores envolvidos no mercado de banco de dados. Mas seria interessante saber dela quem a convenceu a oferecer o banco de dados do TSE.
A operação mais suspeita da Experian foi com os Cadins (Cadastro dos Devedores) estaduais. No final do seu governo, Serra entregou à Experian o Cadin do estado. Além do mais valioso, abriu as portas da Experian para os demais Cadins estaduais.
Pouco tempo depois, Verônica adquiriu participação em uma empresa de e-mail marketing, a Virid – que, na opinião de analistas de mercado não deveria valer mais de R$ 30 milhões. Em seguida revendeu-a para a Experiência por R$ 104 milhões. Na época, consultei o setor de relações com o mercado da Experian, em Londres, e me informaram que o valor da operação era sigiloso.

03-)Os negócios com Daniel Dantas

No livro “A Privataria Tucana”, o repórter Amaury Junior esmiuça os jogos de offshores de Verônica.
Há dois episódios pouco analisados e escandalosos. Um deles, o site de comércio exterior que Verônica montou com a irmã de Dantas e que conseguiu o acesso a informações sigilosas do Banco Central e do Banco do Brasil. Se não fosse denunciado, valeria dezenas de milhões de dólares.
Na campanha de 2002, Serra esquentou a casa onde morava, perto da Praça Pan-americana, com recursos supostamente enviados por Verônica dos Estados Unidos. Foi um esquentamento feito às pressas, depois que o PT levantou suspeitas sobre a casa.
Aliás, a história da casa é relevante. Serra a adquiriu quando Secretário do Planejamento de Montoro e quando corriam rumores da montagem de uma indústria de precatórios no Estado: mediante propinas, conseguia-se furar a fila de anos. Serra sempre dizia que alugara a casa – enorme – porque conseguira um aluguel especial com o proprietário.

04-)Os fundos de investimento

O fundo de investimento de Verônica Serra possui 10% do Mercado Libre, portal cotado até pouco tempo na Nasdaq em US$ 2 bilhões. Quebrando o sigilo de Verônica, será fácil rastrear a maneira como em tão pouco tempo ela acumulou um capital de US$ 200 milhões em apenas um investimento.

05-)O fator José Amaro Pinto

O lobista José Amaro Pinto sempre teve ligações estreitas com o lado FHC do PSDB. Foi colega de Sérgio Motta e FHC na Sociologia e Política. É um senhor já de idade, culto, cortês e que, até esta última informação, era conhecido como lobista dos grupos franceses junto ao Brasil. Dentre seus clientes estava a Dassault, que fabrica os Mirage, a Tales, de radares, e a notória Asltom.

Com a informação de que foi o intermediário entre a Odebrecht e Serra, surge a verdadeira face de Ramos: em vez de lobista da França no Brasil, era lobista do PSDB junto a interesses franceses.

Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/propinas-serviam-para-enriquecimento-pessoal-de-serra#.WN_WrHeinFo.twitter

sábado, 18 de março de 2017

A Carne Fraca e o reino dos imbecis







Luis Nassif

A Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, traz uma comprovação básica: o nível de emburrecimento nacional é invencível. O senso comum definitivamente se impôs nas discussões públicas. E não se trata apenas da atoarda que vem do Twitter e das redes sociais. O assustador é que órgãos centrais da República – como o Ministério Público, a Polícia Federal, o Judiciário – tornaram-se reféns do primarismo analítico.

Como é possível que concursos disputadíssimos tenham resultado em corporações tão obtusamente desinformadas, a ponto de não ter a menor sensibilidade para o chamado interesse nacional. Não estou julgando individualmente delegados ou procuradores. Conheço alguns de alto nível. Me refiro ao comportamento dessas forças enquanto corporação.


Tome-se o caso da Operação Carne Fraca.

A denúncia chegou há dois anos na ABIN (Agência Brasileira de Inteligência). O delator informou que a Secretaria de Vigilância Sanitária no Paraná tinha sido loteada para o PMDB. Levantaram-se provas de ilícitos em alguns frigoríficos.

Por outro lado, há uma guerra fitossanitária em nível global, em torno das exportações de alimentos. Se os delegados da Carne Seca não fossem tão obtusos, avaliariam as consequências desse bate-bumbo e tratariam de atuar reservadamente, desmantelando a quadrilha, prendendo os culpados.

Mas, não. O bate-bumbo criou uma enorme vulnerabilidade para toda a carne exportada pelo país. Os anos de esforços gerais para livrar o país da aftosa, conquistar novos mercados, abrir espaço para as exportações ficaram comprometidos pelo exibicionismo irresponsável desse pessoal.

Ou seja, havia duas formas de se atingir os mesmos resultados:

1.     Uma investigação rápida, discreta e sigilosa.

2.     O bate-bumbo de criar a maior operação da história, afim de satisfazer os jogos de poder interno da PF.

As duas levariam ao mesmo resultado e a primeira impediria o país de ter prejuízos gigantescos, que pudessem afetar a vida de milhares de fornecedores, o emprego de milhares de trabalhadores, a receita fiscal dos impostos que deixarão de ser pagos pela redução das vendas – e que garantem o salário do Brasil improdutivo, de procuradores e delegados.

Qual das duas estratégias seria mais benéfica para o país? A primeira, evidentemente.
No entanto, o pensamento monofásico que acomete o país, não apenas entre palpiteiros de rede social, mas entre delegados de polícia, procuradores da República, jornalistas imbecilizados é resumido na frase-padrão de Twitter: se você está criticando a Carne Fraca, então você é a favor de vender carne podre.

Podre se tornou a inteligência nacional quando perdeu o controle de duas corporações de Estado – MPF e PF – permitindo que fossem subjugadas pelo senso comum mais comezinho. E criou uma geração pusilânime de donos de veículos de mídia, incapazes de trazer um mínimo de racionalidade a essa barafunda, permitindo o desmonte do país pela incapacidade de afrontar o senso comum de seus leitores.

Veja bem, não se está falando de capacidade analítica de entender os jogos internacionais de poder, a geopolítica, o interesse nacional, as sutilezas dos sistemas de apoio às empresas nacionais. A questão em jogo é muito mais simples: é saber discernir entre uma operação discreta e outra que afeta a imagem do Brasil no comércio mundial.

No entanto, essa imbecilidade, de que a destruição das empresas brasileiras contaminadas pela corrupção, permitirá que viceje uma economia mais saudável, é recorrente nesse reino dos imbecis. E se descobre que a estultice da massa é compartilhada até por altos funcionários públicos, regiamente remunerados, que se vangloriam de cursos e mais cursos aqui e no exterior. O sujeito diz asneiras desse naipe com ar de sábio, reflexivo. E é saudado por um zurrar unânime da mídia.

Discuti muito com uma antiga amiga, quando mostrava os impactos dessas ações nos chamados interesses nacionais e via mão externa, e ela rebatia com conhecimento de causa: não são conspiradores, são primários.


Imbecil é o país que se desarma completamente, Judiciário, mídia, organizações que se jactam de ter Escolas de Magistratura, de Ministério Público, de Polícia Federal e o escambau, permitindo mergulhar na mais completa ignorância institucional.

Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/a-carne-fraca-e-o-reino-dos-imbecis#.WM2xOaFvwf4

No dia que Lava Jato completa 3 anos, Youssef deixa a cadeia, como deixou no Banestado com Moro

No dia em que a Operação Lava Jato completa três anos, um dos principais delatores do esquema, o doleiro Alberto Youssef, vai ganhar a liberdade; defesa ainda não informou detalhes do fim da pena de Youssef, mas confirmou que ele vai tirar a tornozeleira eletrônica, na sexta, dia 17; doleiro foi condenado na Lava Jato a mais de 100 anos de prisão em vários processos, mas como assinou acordo de delação, ficou apenas três anos preso; ele foi detido na primeira fase da operação, em março de 2014





No dia em que a Operação Lava Jato completa três anos, um dos principais delatores do esquema, o doleiro Alberto Youssef, vai ganhar a liberdade. A defesa ainda não informou detalhes do fim da pena de Youssef, mas confirmou que ele vai tirar a tornozeleira eletrônica sexta-feira.

O doleiro foi condenado na Lava Jato a mais de 100 anos de prisão em vários processos, mas como assinou acordo de delação, ficou apenas três anos preso. Ele foi detido na primeira fase da operação, em março de 2014. Cumpriu pena em regime fechado até novembro do ano passado e saiu da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, no mesmo mês, quando passou para o regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica.

Youssef foi considerado peça-chave na revelação do esquema de corrupção na Petrobras. Mas este não foi o primeiro envolvimento do doleiro em escândalos de corrupção. Alberto Youssef ficou conhecido a partir do caso Banestado, que investigou  envio ilegal de dinheiro para o exterior por meio do Banco do Estado do Paraná. Ele foi preso na época, assinou o primeiro acordo de colaboração da história brasileira e tinha se comprometido a não praticar novos crimes.

Fonte: https://falandoverdades.com.br/2017/03/18/no-dia-que-lava-jato-completa-3-anos-youssef-deixa-a-cadeia-como-deixou-no-banestado-com-moro/#.WM1nkw2h7jQ

sexta-feira, 17 de março de 2017

Dilma: “O Angorá tem bronca de mim porque não o deixei roubar. Chamei o Temer e disse: ‘Ele não fica'”









Dilma Roussell deu uma longa entrevista ao Valor. Alguns trechos:

-  Não parece contaminada pela tristeza que dá nome ao bairro, na zona sul de Porto Alegre, em que mora para estar mais perto da filha: “Meu outro apartamento é maior, mas fica num lugar mais coxístico”. A prefeitura da capital e o governo do Estado são ocupadas por dois entusiastas do impeachment (o tucano Nelson Marchezan Jr. e o pemedebista José Ivo Sartori), mas a ex-presidente diz não enfrentar hostilidades na rua. As pessoas a abordam no supermercado e alguns pedem para tirar foto. “Só não paro quando estou de bicicleta. Digo ‘Se querem tirar foto, a gente engrena junto’.” Ciclistas do “pedal das gurias”, quando a acompanham até o fim do percurso, arrancam uma foto sem selim.

-  Sente falta do poder? “Posso até sentir, mas não agora. Sempre fui uma pessoa que se acostuma com a vida. Tinha uma vida lá, com um ritmo e uma função. Era obviamente interessante, sempre vai ser. Instigante, importante, né? Aqui tenho outra vida. Gosto muito de ler, de ver filme. Escuto ópera.”

 - Só estendeu uma das mãos à palmatória, mas, dado o vigor com o qual defendeu a política de desonerações ao longo de seu governo e até agora, não parece pouco. Naquele momento, ainda resiste a espalmar a outra mão à palmatória da Lava-Jato: “Agora, o que eu tenho certeza que o meu governo jamais fez foi compactuar com a corrupção. Entro num tema que acho sério, que é o sincericídio do ministro por um mês, do Planejamento, o senador [Romero] Jucá, quando disse que tinha que estancar a sangria e usou palavras, assim, pornográficas para descrever as relações políticas no Brasil”.

- A ênfase em “meu governo” não parece solta na frase. Foi na gestão Dilma que Graça Foster assumiu a presidência da Petrobras, afastou os diretores suspeitos e cerceou os contratos por eles geridos, decisão que começou a corroer a base de apoio ao governo no Congresso montada pelo antecessor: “Se não achasse importante o combate à corrupção, não teria sancionado a lei da delação premiada, não teria respeitado a Polícia Federal, não teria respeitado o Ministério Público, nem nomeado ministros [do Supremo Tribunal Federal] que tivessem uma inequívoca biografia”.

- Dilma não fulaniza: “Tinha gente que dizia pra mim: ‘Tem que fazer aliança com Eduardo Cunha’, mas o rompimento, olhando de hoje, era inexorável. Não existe acordo com Eduardo Cunha. Existe submissão. As 19, ou 15 ou 38 perguntas ao Temer, o pacote de [José] Yunes, o que você acha que é, querida? Você está falando de um gângster inteligente. Devia ajoelhar e aceitar as condições?”.

- A recusa a um acordo não lhe custou o mandato? “Custaria mais para o país. Muito mais”. Não está custando agora, pelo conjunto da obra do governo Michel Temer? “Acontece o seguinte, minha querida, custaria eu fazer, né? Você vai me desculpar mas eu não vou assaltar o país. Eduardo Cunha e eles assaltam o país. Assaltam. Do verbo assaltar. Além de outras coisas, né? Ele tem uma postura, em relação a direitos, coletivos e individuais, extremamente sectária.”

- Nesse momento, Dilma relativiza a frase categórica sobre a extensão da faxina de seu governo: “Saber demais não significa que você é capaz de impedir algumas coisas. Por exemplo, o gato angorá [Moreira Franco] tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar, querida. É literal isso: eu não deixei o gato angorá roubar na Secretaria de Aviação Civil. Chamei o Temer e disse: ‘Ele não fica. Não fica!’. Porque algumas coisas são absurdas, outras não consegui impedir. Porque para isso eu tinha de ter um nível de ruptura mais aberto, e eu não tinha prova, não tinha certeza, entendeu? Não acho que é relevante fazer fofoca, conversinha. Posso contar mil coisas do Padilha e do Temer, então? Porque o Temer é isso que está aí, querida. Não adianta toda a mídia falar que ele é habilidoso. Temer é um cara frágil. Extremamente frágil. Fraco. Medroso. Completamente medroso. Padilha não é. A hora em que ele [Temer] começa assim [em pé, mostra as mãos em sentido contrário, com os dedos apertados em forma de gancho]. É um cara que não enfrenta nada!”.

Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/dilma-o-angora-tem-bronca-de-mim-porque-nao-o-deixei-roubar-chamei-o-temer-e-disse-ele-nao-fica/

Robinson Almeida pede afastamento do relator da reforma da Previdência





O deputado Robinson Almeida(PT-BA) protocolou nesta quinta-feira (16) uma representação na Corregedoria Parlamentar da Câmara pedindo o afastamento do deputado Arthur Maia (PPS-BA), da relatoria da Comissão Especial da Reforma da Previdência. O petista afirma que Maia não tem condições de continuar como relator porque é sócio de uma empresa que deve R$ 151,9 mil ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). O débito refere-se a tributos não pagos da empresa Lapa Distribuidora de Combustíveis, cuja sede fica no município de Serra do Ramalho, no interior da Bahia. A denúncia já foi veiculada por vários veículos de imprensa.

“O governo alega que há um déficit na Previdência e por isso tem que fazer uma reforma que penaliza os trabalhadores. Enquanto isso o relator da matéria deve mais de R$ 150 mil ao INSS, se somando aos outros sonegadores que devem juntos quase 500 bilhões de reais. Por isso mesmo ele não preenche os requisitos da impessoalidade e moralidade para relatar essa matéria”, ressaltou Robinson.

O parlamentar petista lembrou ainda que o relator é acusado de ter recebido recursos de uma empresa do setor de previdência privada. Segundo denúncia veiculada no site UOL, no último dia 9 de fevereiro, a Bradesco Vida e Previdência fez duas “doações” a Arthur Maia totalizando R$ 299.972,00. O valor corresponde a 8% do total declarado pelo parlamentar como gasto de campanha nas eleições de 2014.

O deputado Robinson Almeida afirma ainda que, nesse caso, a manutenção de Arthur Maia na relatoria da reforma da Previdência configura violação do decoro parlamentar. O Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, no artigo 5º do texto, afirma que o deputado pode ser punido por “relatar matéria submetida à apreciação da Câmara dos Deputados, de interesse específico de pessoa física ou jurídica que tenha contribuído para o financiamento de sua campanha eleitoral”.


“É inconteste que tendo recebido vultosos recursos de campanha de conglomerados financeiros diretamente interessados na Reforma da Previdência, não poderia o Representado (Arthur Maia), sem a isenção que a sociedade almeja, ser designado ou, nesse momento, continuar à frente da relatoria da matéria”, destacou o petista na representação.

Fonte:https://www.ptnacamara.org.br/index.php/destaques/item/30872-robinson-almeida-pede-afastamento-do-relator-da-reforma-da-previdencia

A Paulista que os Mesquita viram em 2016 e omitiram em 2017

Quando noticiou os protestos de 13 de março do ano passado, em que milhares de pessoas vestidas de verde e amarelo lotaram a avenida Paulista para protestar contra a corrupção e pela saída da presidente Dilma Rousseff, o Estado de S. Paulo usou sua primeira página inteira para retratar a cena; um ano depois, quando a Paulista foi novamente ocupada, desta vez por milhares de brasileiros em sua maioria vestidos de vermelho, mostrando sua rejeição à perversa reforma da Previdência de Michel Temer, o jornal da família Mesquita fingiu que não viu a multidão e, pior, preferiu abordar o assunto como um problema de trânsito.



Quando noticiou os protestos de 13 de março do ano passado, em que milhares de pessoas vestidas de verde e amarelo lotaram a avenida Paulista para protestar contra a corrupção e pela saída da presidente Dilma Rousseff, o Estado de S. Paulo usou sua primeira página inteira para retratar a cena.

Um ano depois, quando a Paulista foi novamente ocupada, desta vez por milhares de brasileiros em sua maioria vestidos de vermelho mostrando sua rejeição à perversa reforma da Previdência de Michel Temer, o jornal da família Mesquita fingiu que não viu a multidão e, pior, preferiu abordar o assunto como um problema de trânsito. 

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/285437/A-Paulista-que-os-Mesquita-viram-em-2016-e-omitiram-em-2017.htm

Nunca vi Lula pedindo propina, diz ministro do TCU

Mais um depoimento inocenta Lula de corrupção; o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro Filho, que foi ministro e líder do governo do ex-presidente Lula, afirmou à Justiça que jamais soube do uso de recursos ilícitos para a manutenção ou ampliação da base do governo no Congresso; "Em hipótese nenhuma; isso nunca aconteceu", disse.




Em depoimento à Justiça do Paraná na audiência do processo sobre o triplex do Guarujá, o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro Filho, que foi ministro e líder do governo do ex-presidente Lula, afirmou nesta quarta (15) que jamais soube do uso de recursos ilícitos para a manutenção ou ampliação da base do governo no Congresso.

"Em hipótese nenhuma; isso nunca aconteceu", declarou o ex-congressista do PTB.

As informações são de reportagem da Folha de S.Paulo

"Monteiro afirmou que a base de Lula 'aumentava gradativamente' em função de sua elevada aprovação popular, e que seu trabalho como líder do governo era bastante semelhante ao que ocorria em outras gestões -ele também foi filiado ao PFL e PSDB.
O pernambucano, que ocupou o cargo de ministro das Relações Institucionais do governo Lula, foi indicado pelo ex-presidente para o TCU, em 2009.


Para a defesa de Lula, o depoimento de Múcio e de outras testemunhas torna 'absolutamente improcedente a fantasia da 'propinocracia' que turbinou o PowerPoint" do Ministério Público Federal."



Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/285272/Nunca-vi-Lula-pedindo-propina-diz-ministro-do-TCU.htm

Auditores fiscais protestam contra isenções e renúncias de Alckmin às empresas

Para os auditores, governador de São Paulo maquia dados da economia estadual, ocultando a verdadeira situação, com política tributária voltada às elites. Mobilização pede transparência e justiça




Os auditores fiscais do estado de São Paulo realizaram um ato na manhã desta quinta-feira (16) em protesto contra a gravidade da situação fiscal no estado conduzido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A mobilização alcançou 95% dos 3.500 servidores ativos da receita paulista, segundo o sindicato da categoria, e chamou a atenção da população também para a falta de debate técnico das ações da Fazenda Pública na concessão de benefícios e renúncias fiscais a empresas, com privilégios para os ricos e em prejuízo dos mais pobres.

A ação ocorreu a partir das 10h30 com os fiscais de rendas posicionados em frente às respectivas delegacias tributárias. Na capital, o ato ficou concentrado na sede da Secretaria da Fazenda, cúpula central da Fazenda Pública, onde cerca de 400 auditores se concentraram. A ação faz parte de um movimento iniciado em 1º de março que contempla as ações do fisco e alerta sobre as políticas tributárias “equivocadas” do governo entre 2008 e 2016.

Para os auditores, Alckmin maquia os dados da economia do estado, ocultando a verdadeira situação. “Em meio à pior recessão econômica da histórica, o governo paulista tenta mostrar um cenário excessivamente otimista com superávit orçamentário (…). No início do ano, o governo anunciou o superávit de R$ 1,5 bilhão e, ao mesmo tempo, congelou R$ 1,2 bilhão em investimentos previstos para 2017”, afirmou o na semana passada o Sindicato Auditores Fiscais da Receita Estadual de São Paulo (Sinafresp) em nota sobre a mobilização dos auditores.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2017/03/auditores-protestam-contra-isencoes-e-renuncias-fiscais-de-alckmin-as-empresas